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Ser Mãe e a realidade das mulheres

11/5/2025 – Somente por meio institucional, na criação de normas, e pela mudança cultural, a glória de ser mãe poderá em sua profundidade ser vivenciada por mulheres.

É difícil encontrar uma mulher, mãe, que já não disse a si mesma, alguma vez, quem foi queimar sutiã na praça. Para além do dom de ser mãe e do Dia das Mães, comemorado ao redor do mundo em vários países, ainda que em dias diferentes, vale lembrar a dificuldade de administrar uma vida doméstica, o trabalho remunerado e toda obrigação que a cerca pelo fato de ter um ou mais filhos. Devendo ser considerado todo fator emocional e cultural aplicável.

 

Ser mãe, é claro até para quem ainda só é filha ou filho¸ pode significar vivenciar o amor mais próximo do amor de Deus na Terra. Segundo os gregos, o amor Ápia, dentro da tripartição do amor em Eros, Philia e Ágape. No entanto, talvez por causa do tamanho desse amor, traz consigo uma série de obrigações e preocupações que sobrecarregam as mulheres. As únicas capazes de gerar e parir e assim serem mães.

 

Essas mulheres carregam consigo o acúmulo de funções, a desigualdade no mercado de trabalho, quando são preteridas já na contratação ou em promoções e salários, a culpa e sobrecarga emocional, pelo desejo de estar sempre presente e disponível, e por não atender à expectativa idealizada de ser mãe.

 

Três fatores, embora não sejam os únicos, podem ser apontados como causa da realidade que vivenciam. O patriarcado, um sistema organizado em que o poder é majoritariamente masculino, e os que dele decorrem: a desvalorização da mulher e a desigualdade entre os sexos. O trabalho doméstico e da maternidade é entendido como uma obrigação da mulher e a desigualdade provoca a diferença salarial e menor representação em cargos de poder.

 

Historicamente esse quadro vem mudando a partir de normas criadas em vários países, entre eles o Brasil, que buscam sanar desde a sobrecarga de ser mãe, como o caso da licença maternidade, até o estímulo à participação da mulher em âmbitos de poder, como cotas partidárias em eleições, chamada cota de gênero.

 

Outro fator importante, e mais difícil, é a mudança cultural entre homens. Há ainda os que acreditam que a participação em atividades doméstica e na criação de filhos possa significar perda da masculinidade. Além de a própria mulher se reconhecer como a principal detentora do fator obrigacional na criação e educação dos filhos.

 

Apesar dos avanços, há muito a ser feito, tanto do ponto de vista normativo quanto cultural. Somente a sociedade organizada, a influência midiática, a partir dos criadores de conteúdo, seja digital ou artístico na chamada grande mídia, rádio, TV e cinema, e a própria criação de filhos homens por mães e pais, e das próprias filhas, será possível termos uma sociedade que traga uma real igualdade entre mulheres e homens e por conseguinte o alcance da glória completa de ser Mãe.

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